Queria ter a coragem necessária para mergulhar num lago infestado de crocodilos e saber se sairia de lá vivo sem qualquer arranhão. Este como outros pressupostos levariam a que facilmente o acusassem de uma qualquer doença mental, necessitando de medicação contínua e possivelmente sendo abandonado pela família quando se tornasse um estorvo financeiro.
Porém, a idiotice e os actos tresloucados guardava-os para as imensas revoluções que tinha previsto colocar em prática. Isso excitava-o mais do que largar o sémen dentro da mais bela e carnuda mulher. Se tudo era efémero, decerto que a possibilidade de mudar o mundo ainda o era mais que foder até o sexo ficar em ferida.
Vivia na montanha de onde podia ver as casas a picar todo o chão disponível, sugando toda a espécie de energia que pudesse envolver os terrenos dessacralizados. Bebia dessa vontade de sonhar a criação, aliviando a tensão assassina que crescia desalmadamente dentro de si, através da execução de pequenas tarefas que punham a polícia em alvoroço, o ministro sem saber muito bem o que fazer, o povo sem tomar banho em Agosto. Ainda assim tinha tempo para se enfrascar com uma qualquer cerveja certificada como melhor do mundo. Consta mesmo que o chefe da equipa de investigação era o seu melhor amigo, o qual se gabava insistentemente que iria resolver este caso em tempo recorde, sendo promovido a uma qualquer patente que o tornasse intocável, ou seja, tornar-se-ia um corruptor inalcançável.
Tudo era fruto das condições abjectas a que havia chegado um país onde os principais cérebros se tornaram terroristas sanguinários, sem que houvesse alguém que fosse abertamente contra isso, a trivial apatia que nem obra do diabo era. E voltava a pensar nas suas revoluções, no extermínio da santa estupidez e sem que tivesse decidido converter-se ao satanismo que proclamava este defeito como o pior de todos eles.
Em dias de calor intenso mais pareciam serem os mosquitos os revolucionários atacando cada humano de sangue mais doce com as suas infectas picadas e que só a estes afligiam. Era certo que qualquer mosquitocídio seria sempre uma boa notícia, quer para os humanos, quer para os que pudessem visitar a Terra em investigações secretas. Talvez fosse a hora de algum empresário do ramo farmacêutico se queixar do fim da principal fonte de transmissão da malária e promovesse o lançamento de uma nova bomba atómica para saciar a sua raiva.
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