segunda-feira, 23 de agosto de 2010

034 pouco antes da minha morte

Todo o poder conhecido pelo ser humano era insuficiente para combater a perfídia subjacente aos planos metodicamente delineados, em tempos imemoriais, que estavam prestes a ver a luz do dia. Os sete demónios libertados pelo nascimento do ser número seis biliões e dezassete mil partiriam em busca do cofre dos enigmas dourados, de paradeiro incerto. Essa circunstância levaria ao agudizar das relações entre as principais potências mundiais provocando o puro caos.

Como sempre os loucos, devidamente vigiados, previram todos os passos, inadmissíveis aos olhos do mero mortal, lei absoluta dos líderes das nações mais importantes. Todavia seria impensável que, pouco antes de muitas mortes, fosse revelado o tenebroso segredo que levantaria o pai do anjo Lúcifer das trevas rumo à luz em que residiam os piores pesadelos suportados pelo mero mortal. Nada podia prever a necessidade de invocar o espírito de algum imperador romano de forma a educar o povo e a esterilizar o poder maligno que se fortalecia de segundo para segundo.

Tudo estava previsto e, ultrapassando o elemento surpresa, o mal venceria em toda a sua extensão.

O som era cada vez mais alto, provocando surdez temporária nos eleitos para combater o mal anunciado, por isso se tornava mais fácil comandar as tropas rumo a uma escuridão confundida com um qualquer paraíso supra-terreno.

As pessoas manifestavam a sua alegria lançando-se num abismo inesperado, apenas por não terem paciência para esperar pelo momento adequado de conquistar a nobre função, pela qual vinha a ser conhecido o desejo de ser feliz. Essa função consistia no abandono a leis divinas comprovadas por palavras escritas por entidades desconhecidas às quais, num gesto raro de união, se decidiu dar o nome de Deus.

Pouco antes de todas as mortes a entidade era invocada e, uma qualquer forma de liquidar a existência, activada. Isto permitia a aproximação dos demónios entre si, uma vez que estava previsto nada os poder deter. Nesta altura o silêncio tomava o lugar da tenebrosa sensação de ruído elevado à máxima potência sem que nada pudesse ser feito para o parar.

Se o desejo fosse o de fechar os olhos então buscaria de novo a cortina vermelha onde se encontravam as respostas a todos os enigmas.

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