quarta-feira, 24 de agosto de 2011

110 noites abertas para a loucura

Mas quando as massas não se educam para que exaltem o seu interior, constituído por seres únicos com diferentes vontades, há a natural tendência para que alguém sobressaia impondo a natural necessidade de subjugação dos demais, sempre em nome de um bem comum que quase sempre não passa de mera retórica.

Arturo, Flor e todos os peregrinos declararam guerra total a este estado de coisas, porque cada um deve ser portador de uma ideia de felicidade que não prejudique os demais.

Todos sabiam das imensas mensagens subliminares que induziam a educação civíca do comum dos mortais, porém como era um dado que se sabia estar enraízado há demasiado tempo, encolhiam-se os ombros e seguia-se numa espécie de descrença abafada pela necessidade de sobressair com balelas, artefactos absurdos exteriores ao âmago de cada um.

A tarefa estava a surtir um efeito perverso. O mundo já tinha estado á beira da destruição total e a terceira via dos apenas preocupados em buscar a sua própria felicidade, sem interferir com os desejos diferentes de cada um. Era apenas um conceito de vida que parecia estar a ser convenientemente manietado.

Arturo escondia-se bem das investidas de Deus e de Lúcifer, da tentação e da expiação do pecado, mas tornava-se impossível conter a infecção generalizada a que estava a ser sujeita a humanidade. Ponto assente era o que circulavam boatos que haveria por aí um bando de mal-feitores que tinha  o dom de perturbar a ordem espiritual das coisas. Como se descobriria quem eram? Provocando um novo holocausto, assumindo a necessidade de destruir toda a cultura que a ela estivesse ligada. Não era fácil fugir a isto tudo, mas fazendo uso dos poderes que ia descobrindo resolveu olhar para dentro, declarando guerra os vícios mais perniciosos de cada um dos seus guerreiros.

A função provocou o espanto de alguns visados e deu-se uma cisão grave quando se descobriu o informador que passava para o Senhor dos Infernos toda a documentação relativa a planos de exterminação do mal. O fim deste traidor foi a morte por decapitação, as consequências da libertação da sua energia negativa, um acesso generalizado de loucura que afectou todos à volta, enquanto esta não assentou noutro corpo pronto a viver.

Sem comentários:

Enviar um comentário