Afinal tinham criado a entidade
que os fintara sem que a sua sabedoria omnipotente o pudesse ter controlado. O
que estava previsto era apenas uma diversão, depois a lenta absorção de um
ente, que viria a tornar-se demasiado rebelde, corruptor de almas fracas,
inalcançável para o poder obtuso dos que dominavam essas crenças que apenas
serviam para enfraquecer toda a gente com vontade.
Era então tempo de sorrir. Virar
as costas ao desespero e sorrir, estragar a composição definida, troçar dos
músculos definidos e dos atrasos da vida incerta, do cheiro a merda e
hipocrisia a que tresandava tanta gente e tanta coisa feita por essa mesma
gente.
Ouviu-se um novo som apelidado
pelos entendidos de sons como minimalista, feito de vento e de ambrósias
roçando umas nas outras. Enquanto uns deliravam e divulgavam a boa nova como se
do pai de todos os orgasmos se tratasse, outros enlouqueciam do som irritante
obtido da mistura.
Os importantes e os obtusos, a
forma e a posição variavam conforme os gostos, apesar de seguirem todos na
mesma estrada. Enquanto isso alguém pegava num papel e ia desenhando uma
estrada, fictícia nas aparências. Nas bermas dessa estrada avistavam-se
ambrósias e, pelo desenho intenso, quase se podia sentir uma ventania
indescritível. O calor abundava nas massas de ar expelidas pela imaginação do
autor. A arrogância habitava os seres que ia desenhando em caminhada árdua, de
sonhos, mentiras e amor desolado. Todos suavam.
No fim da estrada estava uma
Igreja branca com altura a perder de vista. À sua volta muita gente de rabo
para o ar louvava a Alá. Lá no topo alguns aviões comerciais tele-comandados
por personagens sinistras passavam a rasar as titubeantes janelas com gente
aterrada dentro. Algumas histórias teimavam em querer repetir-se e a religião
era sempre o motivo fulcral da questão.
Entraram na Igreja e foram
surpreendidos com uma missa negra em que todos os participantes apenas vestiam
um capacete bizarro de origem extra-terrestre. E começavam a copular, enquanto
Deus lançava uma praga sem precedentes pela depravação vexatória em que haviam
transformado a realidade.
Era sempre tempo de algo novo,
mas o desejo sempre manteve as pessoas com a auto-estima acima do naturalmente
expectável.
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