sábado, 26 de maio de 2012

146 comércio de embriaguez


Contemplar a dor de corno dos superiores é um dos espectáculos mais gratificantes que se possa imaginar. Os loucos estão sempre além dessa ninharia mas os simples, aqueles que sempre algum grau de animosidade perante os invejosos que os rodeiam alcança um pequeno grau de felicidade quando assim acontece. Apenas há que lutar por outra forma de estar na vida que não a de vibrar com as derrotas dos outros.

O dinheiro dos vis não é tudo na vida, às vezes vale bem a pena sair da toca nos momentos de maior crise e ir em busca de uns dias diferentes. Se tudo acabar na desgraça anunciada sempre se pode desaparecer que o mundo nem dará pela falta de tal louco.

É urgente ser louco, vibrar entre cada momento de embriaguez mental, como se o agora fosse uma excitação descomunal.

Então porque é que afloro essa infinita tristeza de gente que se compraz em desgraças desejadas, na mais pequena ponta de felicidade de um pequeno alguém? Não sou Deus, nem frequento a caverna de Lúcifer, apenas luto pela dignidade de quem quer ser independente. Não é para todos, não é um desígnio, nem sequer nasce com a pessoa, é apenas algo que vai crescendo com os estímulos adequados. Algo que antes era abruptamente recriminado em nome da manutenção dos bons costumes, da evolução de um mundo podre em que nos embriagaram até à inconsciência, vendendo a parte oposta a quem se dedicava ao consumo das energias poderosas, os vis déspotas que hoje sofrem as amarguras dos seus pecados sem graça, tesão ou mero desejo.

Amanhecer é sempre uma festa. A própria Morte já não se chora apesar de manter o seu caminho de sempre. O imprevisto faz rir e chorar, nem sequer imaginei que pudesse ser de outra maneira. Nem Bem, nem Mal, apenas uma saudável antítese dessa bebedeira de sinais. Apenas um mísero fim sem meios atordoantes. E se Jesus fosse de carne e osso estou certo que me juntaria à sua tribo. Os homens gananciosos com que se deparava jamais poderiam fazer da sua pura doutrina de amor uma guerra sem quartel queimando vivos os descrentes, envenenando ainda mais os fiéis perseguidores de mitos.

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