sábado, 26 de maio de 2012

149 no ácido dos dias


Ainda soavam com força os versos do poeta enquanto homem, do deserto enquanto vida, da erva enquanto negligência para a continuação.

Apenas passar os dias junto de algum ser admirável, sem que as lágrimas tivessem de dominar, era a meta a atingir.

Uma nação inteira de zombies que nem queriam comer-lhe o cérebro, algo de muito frustrante. Os dias passados em mentiras sem que fosse permitido alcançar o desejo, era algo que apenas o afligia a ele. Os peregrinos da sagrada loucura haviam assentado e como em todas as fés e sobressaltos pela qualidade de vida, começavam a esquecer o motivo que os havia levado a fazer o que haviam feito.

A terra prometida era apenas uma aparência e as lágrimas banidas voltavam a manifestar-se, porventura por alegria, ainda mais pela tristeza no ácido dos dias de Céu azul.

Jesus ia regressar à Terra, para finalmente colocar em prática todo o amor que havia sido negado em tempos primitivos. Afinal parecia que a história se repetiria e em vez de Pilatos a lavar as mãos eternamente imundas ter-se-ia uma sondagem feita em dia de calor intenso, convidativo para a praia e para o desleixo perante os deveres primários.

Apenas uma obsessão pela terra prometida, pelas receitas infalíveis de desejo. Ah sim! Era por demais importante ter o desejo acima da própria auto-estima e até parecia fácil.

A malta juntou-se numa trip alucinada e enviou as maleitas próprias por um cancro abaixo, fazendo renascer a força de vontade no meio de um desespero sem igual. É apenas claro que não podia existir um divórcio declarado entre as ideias e as negociatas próprias, antes incentivar a necessidade de deixar de dar nas vistas, enquanto alguns se pautavam pela segurança.

Dentro da cabeça e olhos tristes apenas uma lágrima furtiva que caíra sem provocar danos irreparáveis em nada importante.

Juntavam-se alguns violoncelos mágicos e guitarras eléctricas da ponte que separa as terras do desejo e as meninas que por lá habitavam apenas excitavam os rapazes com o melhor que tinham de si mesmas, tudo para evitar o ácido corrosivo dos dias. Apenas era necessário ver as horas, pegar nas armas do absurdo e aproveitar cada momento antes que a morte interrompesse esse fluxo de prazer.

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